PR16...Trilho Exotico

As palavras existem,mas parecem que não querem sair!

Os momentos que a mente guarda, apesar de tão simples para nós, são tão complicados!

"Somos tão pequenos!"

Não quero revelar...

Simplesmente partilhar!

Partilhar um pouco de nada!

Um nada...Sim!

Pois não tenho coragem de partilhar quem dou o meu ar, o meu ser, o meu viver!

Mas tenho coragem de partilhar o sentimento...

Sentimento que me faz bater o coração...

Sentimento que me faz gelar...

Sentimento que me faz aquecer...

Não procurem...

Mas também não deixem de olhar...

Existe...

Procurem sem olhar um para vocês!

Outro...pedaço de saudade...

Entalar um dedo numa porta dói...

Bater com o queixo no chão dói...

Torcer um tornozelo dói...

Um estalo, um murro, um pontapé, doem...

Dói bater a cabeça na esquina da mesa, dói morder a língua...

Tudo dói!

Mas, que mais dói é a saudade!

Saudade de um irmão que mora longe...

Saudade de uma brincadeira da infância...

Saudade de alguém querido que morreu...

Do amigo imaginário que nunca existiu...

Saudade de uma cidade...

Saudade de nós mesmos, que o tempo não perdoa.

Todas essas saudades doem...todas!

Mas a saudade que mais me doi é a saudade de quem eu amo!

Saudade da pele, do cheiro, dos beijos, do amor...

Saudade de não saber mesmo!!!

Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos!

Não saber como encontrar tarefas que parem o pensamento...

Não saber como parar as lágrimas diante de uma música!

Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche…

Saudade é o que sinto enquanto escrevi isto para ti…

Saudade é isto....

O que sinto todos os dias!

Saudade...

Vinicius de Moraes um dia escreveu umas palavras sobre a saudade de uma forma tão directa e simples...

"Vai, minha tristeza, e diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe, numa prece, que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas, se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim!"